Sempre tentei descobrir o que era ser rico. Quando era pequeno pensava que ser rico era ter uma BMW zerada e trabalhar na empresa do meu pai, até que ele morresse pra eu assumir o posto. Não era o que eu queria mas pensava que ser rico era ser assim. Descobri que era miserável porque meu pai nem sequer tinha empresa. Depois pensei que ser rico era ter um carrinho financiado pelo ABN, uma casinha na praia finaciada pela Caixa economica federal, a vida inteira pagando sem atrasar e me aposentar na Fiação Renaux com um salário legal pra poder disfrutar da minha casa na praia. Desisti rapido! Logo comecei a estudar o direito e usar terno e gravata. Conheci muita gente e comecei a gostar muito de festa; então pensei que ser rico era ter sempre dinheiro no bolso pra gastar, ter o carro financiado em 60 vezes, um escritorio bem montado com secretaria numa sala alugada, um celular de conta, algum motivo pra beber cerveja todo dia, ganhar 3000 reais por mes e gastar 8000, deixando acumular o especial do banco ou trocando um chequinho de vez em quando com um pouquinho a mais pra passar o fim de semana. Que decepção! Não acertei em nenhum desses conceitos e precisei sair de casa, cruzar um oceano pra descobrir que ser rico nada mais é que ter paz interior, estar de bem consigo, viver com o que se ganha com o suor de um trabalho honesto, sem mentiras, sem enganar ninguem, viajar, conhecer o mundo, intercambiar culturas, fazer amigos verdadeiros sem qualquer interesse monetário, amigos de verdade com quem se pode contar a qualquer hora e mais tarde quando a idade começar a pesar, juntar as economias e comprar aquela casinha na praia (a vista) e um carrinho decente pra se locomover. Isso sim é ser rico e eu agora me sinto milionário! Bueno, bueno, esse fui e sou eu pra quem quiser saber.
Con ese fermoso texto preséntase no OrkutMárcio Cruz, que hoxe xoves ás 23 horas actúa no Garufa acompañado polo seu amigo Mimi Reis, facéndonos sentir tamén a nós un pouco máis ricos grazas á súa música. Un magnífico xeito de pechar unha noite que para min empezará no CGAI, no comezo do ciclo dedicado a Apichatpong Weerasethakul.
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Unha observación: eu hoxe estou en Vigo, mais non sei se na Coruña se estará a 0ºC, como marca o seu termómetro... Está avariado? De paso tamén está ben comentar que non son exactamente as 10:33... :-D
Parabéns de novo polo premio!
Moitas, moitas grazas a todos polos seus parabéns. Como é obvio, o premio non lle gustou a todo o mundo: El premio al mejor blog en "otras lenguas constitucionales distintas al castellano" es una curiosa paradoja (al tiempo que una demencia): está escrito en una jerigonza a medio camino entre el portugués y el gallego, un híbrido lusista, quizá válido para cierta tribu gramático-integrista pero, desde luego, no 'constitucional' (sea eso lo que sea, que yo no lo sé). [José Ángel González, comentario 43]
Curioso, non se sabe si está incomodado polo feito de que hai un premio para una lingua constitucional, ou que o deram a seu blog por non comulgar coa súa forma de usar a lingua.
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Sempre tentei descobrir o que era ser rico. Quando era pequeno pensava que ser rico era ter uma BMW zerada e trabalhar na empresa do meu pai, até que ele morresse pra eu assumir o posto. Não era o que eu queria mas pensava que ser rico era ser assim. Descobri que era miserável porque meu pai nem sequer tinha empresa.
